Não tenho por hábito ler autores portugueses. Não é preconceito ou
snobismo, apenas me identifico mais com a literatura inglesa e
americana.
No entanto,soube-me bem, para variar, ler um autor "da
minha terra", que fala de coisas do quotidiano e com as quais
rapidamente nos conseguimos identificar.
Ainda assim, não me
pareceu um livro fora de série. É interessante pelo retrato que faz da
época imediatamente pós-25 de Abril, mas mesmo essa contextualização
parece forçada, como se MST se servisse da condição dos personagens
servisse unicamente para apresentar o contexto, e não o contrário (como é
habitual).
Fala sobre corrupção, sobre o modo como o nosso país
foi evoluindo nos últimos 40 anos e sobre a aleatoriedade da vida e a
consequência das ações, mesmo que irrefletidas
Madrugada Suja é
sobretudo sobre uma noite de azar, mas também como todos somos a soma
de tudo o que vivemos, desde o primeiro sopro.
A escrita de MST é
fluída e cativante e acho que vou gostar muito do Equador, que me
parece ser um romance com maior profundidade do que este - quer a nível
de contexto, como de personagens.
✰✰✰ (3 em 5)
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